quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Metropolis - Longa retrata expressionismo e valores que perduram até hoje


Minha paixão por filmes alternativos já vem de longa data. Longe de ter qualquer cunho comercial estes filmes mostram a natureza cult da sétima arte. O que mais me encanta é a primitivadade das imagens e direção. Nada de recursos computadorizados. O cenário quando não era ao ar livre era dentro de um estúdio, que muitas vezes eram desenhados em papelão devido a escasses de recursos.

Uma das obras-primas do cinema é o longa-metragem Metropolis, um filme alemão de ficção científica produzido em 1927 produzido pelo cineasta austríaco Fritz Lang. Por se tratar de uma história futurista e utilizar recursos para efeitos especiais o filme foi considerado até então a mais cara produção filmada na Europa.

Ainda inserido no cinema mudo o longa é considerado por especialistas um dos grandes expoentes do expressionismo alemão, gênero que saiu de cena logo em seguida, mas que até hoje influencia grandes produções em todo o mundo.

A obra demonstra uma preocupação crítica com a mecanização da vida industrial nos grandes centros urbanos, questionando a importância do sentimento humano e religiosidade perdidos no processo. Como pano de fundo, a valorização da cultura, expressa no filme através da tecnologia e, principalmente, da arquitetura.


Algumas curiosidades

O filme mostra cenas de grandes arranha-céu desenhados pelo diretor Fritz Lang, que tinha formação acadêmica em arquitetura;

Metropolis impressionou tanto Hitler que quando ele chegou ao poder solicitou ao Ministro Goebbels que abordasse Lang, convidando-o a fazer filmes para o partido nazista;

A composição da torre de Metropolis foi inspirada na obra "Torre de Babel" do pintor flamengo Pieter Brueghel, do século XVI.


A cantora Madonna se inspirou no filme para fazer o famoso videoclipe de "Express Yourself", em 1989;

A banda Queen baseou-se no filme para criar o clipe Radio Ga Ga;

A história de quadrinhos do Superman teve uma edição especial onde adaptaram o universo do filme ao universo da HQ do personagem;

Na época o filme não emplacou nas telonas, sendo um fracasso total. Hoje é um dos mais vistos em todo mundo;


O roteiro, baseado no romance de Thea Von Harbou, foi escrito por ela, em parceria com Lang. Recentemente foram reencontrados na Argentina 30 minutos de metragem deste clássico que foi restaurado e depois de 83 anos teve sua reestreia no Festival de Berlin, em fevereiro deste ano.

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