Acompanhá-la é uma atividade que faço com o maior prazer na vida. Aliás, a única. No auge dos meus três anos caninos, apesar de aparentemente serem poucos, aos olhos humanos já alcancei a maioridade, tenho 21 anos, mas não sou independente,tão pouco infeliz.
Preciso dela para me sentir vivo. No sentido literal da palavra, senão estava morto. Ela quem me dá água, comida e o melhor de tudo: aquece meu coração com sentimentos sinceros, muitas vezes desconhecidos pelo ser humano.
O prazer de estar ao lado dela em lugares onde muitas vezes não sou bem vindo me proporciona uma certa autonomia em relação a outros seres de quatro patas que latem e uivam por aí. Conquistei meu espaço, acredito que tenha sido devido a minha simpatia, e tenho inúmeros fãs que muitas vezes me colocam em situações constrangedoras.
Nem sei o que fazer, fico pensando: corro, deito, rolo e deixo meus fãs felizes, faço uma pose prá uma foto, não sei. Mas normalmente acabo me esquivando, fico no meu canto com cara de pidão e quando vejo, estou rodeado de gente. Ouço sons em tons melosos, não faço a mínima ideia do que seja, mas me agrada muito.
Minha depedência por ela me faz sentir um cão especial: o maior super-heroi que alguém já conheceu. Isso só na minha mente, porque ela vai em todos os lugares, escola, igreja, passear com as amigas, até namorar. E eu ali, ao lado dela, silencioso, mas sempre fiel. Talvez o único e verdadeiro amigo que ela tenha.
Meu universo é único. Viver prá ela, por ela e com ela. Até o fim.
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